quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

REVISTA VARAL DO BRASIL - ESPECIAL DE NATAL



Por que me apaixonei pela Bahia?

Por que me apaixonei pela Bahia?


Quando conheci a Bahia, senti uma energia diferente a cada passo que eu dava nesse lugar. Algo me consumia e me enchia de felicidade em cada ladeira, em cada esquina, em cada toque de sua gente alegre, em cada segundo que eu estava ali, e pensei comigo... Um dia eu volto pra ficar!
Tentei driblar essa atração por 1 ano, entre idas e vindas, sobrevoando esse estado que me seduziu e me fazia ficar alegre só em pensar que eu iria ali pisar, assim, decidi sair do Rio de Janeiro minha cidade natal, abandonar minhas raízes físicas e buscar minhas raízes ancestrais.
A Bahia e sua diversidade ética e cultural, o Estado mais negro fora da África em todo o mundo, com sua arquitetura religiosa, com ritmos oriundos das senzalas que se misturaram aos demais e formaram todo o movimento musical que provém desse lugar.
Seu carnaval tornou-se o maior do mundo, daqui também surgiu o Trio Elétrico, e danças únicas, como a Capoeira , originária do samba de Roda. Com seus movimentos ágeis, que mexem com todo o corpo todo,  mistura de dança e de luta. A diferença entre as outras lutas é que a capoeira tem todo aquele toque mágico, pois a  música vem dos instrumentos artesanais como o berimbau, pandeiro e atabaque. 
Em cada esquina encontra uma baiana, tipicamente vestida, vendendo seu Acarajé, seu Abará, sua cocada, tratando os turistas com educação e carinho, que só encontramos por aqui.
Seu povo tem um algo mais, não é o gingado dos quadris que seduz, é o brilho no olhar, o riso fácil, o abraço que parece não terminar nunca, a porta aberta de sua casa para lhe receber e lhe oferecer o que tem de melhor... Porquê? Por que para o baiano é assim, em sua casa, sempre cabe mais um, sempre sobra um cheiro e sempre se leva um axé.
Uma magia inexplicável corre em suas ladeiras, e mergulha nas águas mornas de seu mar esverdeado, que alimenta o povo e faz o sol brilhar mais forte por aqui.
A Bahia é a terra de todos os Santos, de todas as Cores, de todos os Mitos, de todos os amores. Por isso escolhi viver aqui!



domingo, 22 de novembro de 2015

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Entrevista com Izabelle Valladares em Jornal de Portugal

http://www.livroseleituras.com/web/index.php?option=com_content&view=article&id=1831:izabelle&catid=64:escritores&Itemid=175
  • Izabelle Valladares: "O maior desafio que enfrentei foi lançar o meu primeiro livro"
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Izabelle Valladares nasceu em Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil, em maio de 1975. É autora dos romances “A cúpula das vaidades”, “O regresso de Atlântida”, “Ecstasy” e “A colecionadora de espíritos”, do livro de humor “Quem disse que só fazemos amor?” 1 e 2, e dos livros infantis “Heitor Flexter, o menino herói”, “A viagem mágica de Bia e Dora”, “A viagem da chuva” e “Crónicas de Tartan”, além de participar e organizar dezenas de antologias. Alguns dos seus livros estão publicados em Português, Espanhol, Inglês e Francês. O seu documentário “Os maiores crimes de todos os tempos”, escrito em coautoria com Janduí Macedo, ganhou o prémio Interarte 2011, de melhor documentário criminal, da Academia de letras de Goiás. É presidente da Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas e participa em eventos literários no Brasil e um pouco por todo mundo.
Livros & Leituras – Que significado tem para si o ato de escrever e a partir de que altura este se tornou “profissional”? 
Izabelle Valladares – Tenho uma relação muito íntima com a escrita, pois sou neta de um grande jornalista brasileiro que ganhou o mais importante prémio do Jornalismo no Brasil, o Prémio Esso, e desde muito pequena convivo com as letras de forma harmoniosa, o que não teria como não acabar numa grande paixão. Escrevo profissionalmente desde 2009 e desde então vivo apenas da venda dos meus livros.
L&L – É preciso ser um bom leitor para se ser um bom escritor?
IV – Acredito que sim.
L&L – O seu trabalho é versátil ou, pelo contrário, tem um estilo muito próprio e facilmente identificável pelos leitores?
IV – O meu trabalho é versátil no género, tenho livros muito distintos, escrevo para crianças, adolescentes e adultos, mas todos com características próprias, principalmente os contos, que, aliás, sou apaixonada por contos e a maioria segue um mesmo estilo com tendência a finais infelizes.
L&L – Áreas como, por exemplo, a ilustração e a música têm vindo a afirmar-se na sua relação com a Literatura. Como encara esse facto?
IV –  Acho que as artes de modo geral se entrelaçam, quando ouvimos uma música, ou uma poesia, facilmente nos transportamos para algum lugar, o mesmo acontece nas ilustrações, como quando criamos uma poesia para uma fotografia ou uma obra de arte, acho que esta ligação automática acaba sendo esta relação também com as ilustrações.
L&L – A tradição oral representa, nalguns países da lusofonia, uma importante marca de identidade cultural. A globalização e a dificuldade em editar podem ser uma ameaça à perda desse património?
IV – Acho que os países lusófonos devem manter suas características linguísticas como mantêm as culturais, não sou a favor da reforma ortográfica, acho que a dificuldade de editar acaba até atrapalhando um pouco, pois se houvesse a unificação, seria mais fácil de vender os livros em todos os países lusófonos, mas, também acho que perder a identidade perde o sentido de cultura de cada país, e as diferenças acabam sendo um charme a mais na leitura e uma nova opção de aprendizado.
L&L – A Língua Portuguesa é uma mais-valia no panorama literário mundial? 
IV –  Acho que o escritor lusófono de forma geral está pouco valorizado, pois os livros estão pouco valorizados, e como as editoras comerciais estão cada vez mais raras, a cada dia que passa vemos escritores se auto-publicando apenas pelo fato de terem seus trabalhos lidos, ou fecham contratos absurdos com editoras gananciosas com um lucro estimado entre 3 e 6% da obra, aceitando as regras, mesmo estas sendo absurdas. Acredito que o escritor de Língua Portuguesa faz valer a mais-valia a partir do momento em que ele valoriza a sua mão-de-obra para chegar ao valor final de um livro, e não quando este se vende em contratos infames.
L&L – Quais os seus escritores lusófonos favoritos e porquê?
IV – Jorge Amado, por retratar fielmente a realidade do povo com linguajar simples e alcançando todas as classes.
L&L – Ao nível da Literatura, que medidas poderão ser implementadas para que o universo lusófono seja uma realidade mais coesa entre escritores de diferentes nacionalidades?
IV – Acho que as medidas já estão sendo tomadas pelos líderes de Associações de Escritores que unidos fazem este intercâmbio línguístico sair do papel e conseguem mostrar a identidade literária da sua nação, além de formar livros cooperados que difundem não só a língua mas também os autores em outros países que não os da sua origem.
L&L – A Internet e os recentes suportes informáticos contribuem para o reforço e promoção do seu trabalho?
IV – Certamente, é o principal veículo de divulgação.
L&L – Qual o maior desafio que já enfrentou ou que gostaria de enfrentar em termos profissionais?
IV –  O maior desafio que enfrentei foi lançar o meu primeiro livro, e o que gostaria de enfrentar seria montar bibliotecas comunitárias em diversos países realmente carentes de educação.

*Entrevista realizada no âmbito do “Munda Lusófono – 1º Encontro Literário de Montemor-o-Velho”