segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PROSA E VERSO SOBRE SONHOS...

A MEU AMIGO E GRANDE ESCRITOR (SEMPRE NA LUTA!) MARIO REZENDE. FORTE ABRAÇO, COMPANHEIRO!

Trova ao construir de sonhos alheios



Constrói sonhos o pedreiro,
os quais nada raro um dia
verá ele com alegria
com orgulho verdadeiro.

15-10-10


Trova segunda ao construtor de sonhos alheios



Junto a outros construtores,
o pedreiro ergue seu filho.
Pedreiro faz-se andarilho;
vai deixando seus amores.

15-10-10


Trova terceira ao construtor de sonhos alheios



Será que um dia poderá
o pedreiro ver seu filho?
O colosso a ganhar brilho
ao seu pai receberá?

15-10-10


Trova quarta ao construtor de sonhos alheios



O pedreiro sua bastante
p’ra dar outro filho ao mundo.
Não vai embora choribundo,
por saber vir mais, adiante.

15-10-10


Trova quinta ao construtor de sonhos alheios



O pedreiro vai deixando
pelo mundo suas grãs crias;
outras gentes vão adotando
tais rebentos. Alegrias!

15-10-10


Trova sexta ao construtor de sonhos alheios



São meses comendo poeira
e meses comendo pó;
do pedreiro quem tem dó?
Isto é uma trova-bobeira?

15-10-10


Trova sétima ao construtor de sonhos alheios



Pedreiro sem capacete?
Sem andaime está ademais?
Deveria ocorrer jamais!
Só não olvida seu cacete?

15-10-10


Trova oitava ao construtor de sonhos alheios



O pedreiro deixa reto
conjunto de chão, parede
e teto, mas a sua sede
não se mata com concreto.

15-10-10


Trova nona ao construtor de sonhos alheios



O pedreiro enrola, enrola
p’ra entregar, afinal, a obra.
Até picado por cobra
diz ser ele. Será que “cola”?

15-10-10


Trova décima ao construtor de sonhos alheios



E o pedreiro mui safado
deixa entulho no telhado
p’ro dono só descobrir
quando a casa, enfim, cair.

15-10-10


Trova a fronhas e sonhos (Paulo Caruso)



Resolvi comprar boas fronhas
pra quando nós nos casarmos.
Fronhas róseas vejo amarmos,
pois co’a cor rósea tu sonhas.

16-9-10


Trova segunda a fronhas e sonhos (Paulo Caruso)



Fronhas róseas com bolinhas,
sem bolinhas róseas fronhas.
Se hoje muito bem tu sonhas,
penso em futuras noitinhas.

16-9-10


Trovas de sonhos nossos (Paulo Caruso)



Sem sonhos que graça tem
a vida que nós vivemos?
Muitos sonhos nós mantemos,
porque lesta a alegria vem!

Sonhamos juntos nós dois,
inclusive co’imeneu,
o sonho máximo que eu
não deixarei pra depois!

10-8-10


Trova de puro sonho (Paulo Caruso)



Bochechas em cor carmim
tu me apresentas risonha;
tua mente comigo sonha.
Tu sonhas co’alguém enfim.

31-7-10


Elixir dos sonhos meus (Paulo Caruso)





Tu não és dama pra ter subjugada
cada tua vontade vívida amorosa;
tu és cachopa de vida afetuosa.
Nasceste pra ser deveras amada!

Amada em todo teu belo existir!
Amada no que tange a langue tocar
e no que concerne a ouvir-te falar.
Amada não em tua ida, mas no vir!

Mereces toques de seda na pele tua,
não toques de lixa de homem vil!
Mereces blandícias, vestida ou nua!

Mereces o amor, não só a paixão!
Paixão qualquer bruto dá à exaustão!
Não és tu só carne, mas sim elixir!


Enfermeira de meus sonhos (Paulo Caruso)




Tu és responsável por vários alentos
que marchetam assaz bem o peito meu,
como nunca c’outra dama outrora se deu.
Contigo vivo os mais límpidos momentos!

És a enfermeira que a Deus eu pedi,
a que, com carinho, ajuda-me na cura
de maladias várias. Tu és pura!
De teu belo leito não almejo eu sair!

Tudo em ti cura-me de fato:
tu’alma caridosa; o sorriso gostoso;
todas as curvas do corpo formoso,
as quais infindáveis parecem! Meu tato!

Meu tato confirma o qu’estou a dizer!
Teus vastos cabelos o toque conhecem-me,
não me deixando mentir. Entorpecem-me!
Belo sem ti não seria-mo viver!


Num meu sonho




Como no túmulo, estava calada.
Mas, num meu sonho, ainda vivia
a linda donzela que não mais veria
eu pela rua, na minha jornada.

Nunca um coito com ela tivera,
conquanto almejasse-o eu ’inda jovem.
Hoje no mundo os coitos chovem,
como jamais algum coito chovera.

Era um carinho que tinha por ela,
como vizinho que o bem deseja
a pessoa bondosa. Que seja
a pessoa feliz a pintar aquarela!

Coitos, namoro? Eu não os cobraria,
mas simples presença a dar-me “bom dia”.


Sonho acordado (Paulo Caruso)




Questiono eu agora a mim mesmo...
Por que pouco sonho eu contigo?
Não sonho eu com mulheres a esmo.
A ti isto eu juro, amor sacro amigo!

Sonho por vezes estar trabalhando,
noutras até assistindo a partidas
do mal futebol de meu time nas idas
ao Maracanã; estou desdenhando!

Talvez eu saiba porque tal me ocorre!
Ocorre em verdade que sonho acordado
sempre que a ti eu encontro. Socorre!
Socorre-me em vida! Eu te vejo alentado.

Eu sonho por mais do que vinte minutos!
Meus sonhos contigo não são diminutos!

Eu fico feliz e belisco esta pele;
És minha parceira! Tal não se repele!


Sonho verdejante




Onde desemboca a vereda
que vejo à frente verdosa,
junto à aleia tão frondosa?
Vejo eu vívida alameda!

O frescor bem verdejante
traz-me o néctar da senda,
que me vem em oferenda
a este peito galopante!

Poderia eu ter quiosque
neste Éden de meu sonho,
sem nada de muito medonho!
Vem, mobília pr’este bosque!

Crise, cá tu até inexistes,
tampouco os ares tristes!

Deste peito a aleia é lar;
vive nela o meu sonhar!


Sonhos




Decerto hilariante é o que se passa no teor de nossos sonhos! Isto, por óbvio, quando deles nós nos lembramos ao acordar. Considero haver desperdício nas ocasiões em que deles não temos ao menos filete de memória, visto como lembrarmo-nos de nossas evasões dentro de mundos imaginários constitui uma fantástica oportunidade de conversa agradável com outras pessoas, as quais de fato também poderiam relatar os seus sonhos com mais frequência, caso se lembrassem de todos os seus sonhares e evasões espontâneos!

Quantas vezes foi dito por seres humanos diversos que, enquanto dormimos, podemos realmente voar a rasgar os céus, assistindo a paisagens de cima, como pássaros errantes? Até sobrevoei, em incrível velocidade e destreza sem asas quaisquer, a imensidão azul de águas marinhas! Parecia realmente uma voraz gaivota!

De peito aberto, já encarei malfeitores, tendo, inclusive, levado alguns à total e derradeira ruína... Ou eles ou eu! Houve de fato vezes em que senti, no sonho, realmente precisar fugir de malfeitores, ocasiões em que lancei mão de voos ou simplesmente de acordar... Mas ocorreram também, todavia, situações em que eu me senti compelido a entregar-lhes meus pertences, tal como na vida real citadina... Neste último caso, ao acordar, lembrei-me de que poderia mesmo arriscar a minha vida, uma vez que era eu o dono (proprietário e possuidor) do sonho! Que mal haveria nisso? Eu morreria em meu próprio sonho? Não sonharia mais? Em trinta e três anos, jamais alguém me feriu durante minhas evasões, conquanto o inimigo estivesse armado; não sei o porquê, mas aprecio deveras o fato!

Deu-se até situação em que disse ao assaltante que, em caso de algo findar-me a vida, o sonho acabar-se-ia, junto à própria vida dele! Entretanto, eu não sabia, à época, que cada sonho costuma durar aproximadamente vinte minutos no máximo, o que igualmente levaria o meliante a seu fim, mesmo porquanto dificilmente eu sonharia novamente com um mesmo desconhecido a tentar tal mal. De fato, inúmeras foram as minhas evasões relatando o cotidiano da capital fluminense em termos de criminalidade.

Outra ocorrência que denota minha curiosidade nos sonhos é a dificuldade que nós seres humanos temos de nos lembrar de vários rostos, ou de descrevermos os nossos próprios parentes, amigos e colegas fisionomicamente, o que acarreta depararmo-nos com estes mesmo conhecidos, embora dotados de cenho, tez e compleição facial totalmente diversos da vida real! Insta salientar que o mesmo ocorre no que tange a lugares, objetos e animais também, os quais nós temos por conhecidos, mas igualmente diferem deveras dos que temos no mundo acordado.

Quantas vezes eu já perguntei nos sonhos como se chamavam as pessoas com quem eu dialogava (visto querer conhecê-las, sem entretanto obter resposta? Era eu quem “bolava” os sonhos! Se eu não sabia-lhos nomes, como essas pessoas poderiam saber?

Já viajei deveras para fora do país em sonhos sem jamais realizar acordado tal feito até então! Houve conversas em língua inglesa com estrangeiros, sendo que nada raro eles não me compreendiam, nem eu sabia como me expressar satisfatoriamente. Elementar, meu caro leitor! Eu até mesmo conheço razoavelmente a língua, quando acordado, mas o diálogo do sonho se limita ao que sei falar, compreender, visto que os dois interlocutores são frutos de minha imaginação (inclusive eu mesmo)!

Sobre quantos assuntos eu já conversei em simples evasões, os quais envolviam fatos que eu já conhecia no mundo dos sonhos, mas que jamais sequer chegara perto de ocorrer na vida acordada? O sonho acabara de se iniciar! Donde veio isso?

Inúmeras vezes sonhei também com gostos de doces, salgados, refeições em geral, tudo como incrível nitidez, textura, temperatura e sabor!

Outras tantas vezes sonhei estar deveras exausto, não conseguindo nem mesmo correr para compromissos, nem muito menos voar... Cansado demais, fazendo-me engatinhar em tal ocasião... Cansado demais para dar um mínimo murro em meio a uma briga... Conquanto eu não fosse agredido, tinha meus parcos golpes facilmente rechaçados. Não seria reflexo de meu cansaço sentido por ora na cama? Penso que provavelmente tais ocorrências estão intrinsecamente ligadas!

Por essas e outras, o mundo dos sonhos é um lugar assaz fascinante e não merece ser subestimado!

3-3-9 a 5-3-9


Sonho de quem te ama (Paulo Caruso)




Em teus olhos vejo brilho,
forte brilho do desejo...
Eu carrego denso pejo,
pois aguardo dar-te filho!

Se filha contigo eu tiver,
que seja ela como tu!
Mas virá um brucutu,
se meu molde Deus usar...

Vir-nos-á um dia o selo
do intenso e puro amor;
aguardar é pesadelo!

Um dia o lar terei
contigo, em cor-de-rosa!
Rubra face eu mostrarei...

15-2-9

Nenhum comentário:

Postar um comentário