terça-feira, 16 de agosto de 2011

Para meu eterno companheiro, Procópio Mineiro

Procópio Mineiro & Vanessa Rodrigues

Eu não sei para quem contar minha dor, há tantos anos que só você me ouve, só em você confio, até quando era para reclamar de você era com você que eu reclamava...
Em nosso pior momento, quando nossos olhos viram monstros refletidos em nossa face, quando insistimos e desejamos nos odiar, ainda assim lhe procurar foi minha saída, me ouvir foi sua rotina e a nossa era tolerar, para em seguida deixar que o coração falasse, que mostrasse em nossa face ruborizada a vergonha do alarme desnecessário, tantos escândalos para dizer o contrário do que sentíamos. Dois fracassados, condenados a amar acima do imperdoável, a torcida de cada lado nos odiou enquanto nos amávamos e riamos descontrolados sem saber que atitude tomarmos, quando seres apaixonados de amores eternizados fazem estragos diários...
E de cada lado os tomadores de partido antecipado, nas vãs certezas do triunfo alcançado, suas vantagens contavam, certos de terem nos separado, enquanto juntos estávamos fazendo amor.
Não me envergonho do ato, que foi ter perdoado você quando você me perdoou.
Nós fomos sensatos, perdoamos os atos errados, certos de que pecado era o tempo que poderíamos perder, tentando um ao outro esquecer, quando metade de mim é você e metade de você vive em mim.
Assim aqueles leões famintos, tão certos de terem destruído, o que eu criei com você, surpresos, confusos e perdidos hoje viraram os bandidos ao nos condenarem a sofrer.
Sorte que o amor que sentimos, maior do que qualquer espinho a tudo sobreviveu, assim fomos consumidos e também nos consumimos meu corpo dentro do seu.
Sei que agora é tarde, negaram meu colo ao seu corpo, o corpo que era só meu, eu não beijei sua face, não li o poema sofrido o que você mesmo escolheu.
Eu não levei sua flor e nem agarrei-me com força, aos cabelos seus, eu não fechei seus olhos, não segurei sua mão quando você morreu.
Eu que nas madrugadas, sonhei com você acordada nos braços do prazer, eu que febril instigada, sua sede saciava ao entregar-me a você.
Eu que despi seu corpo, dona de cada milímetro que desvendei com amor, não escolhi sua roupa, nem foi o da minha boca o seu último sabor...
Sei que o tempo não volta, que você foi embora, desejando meus braços, e que eu fiquei de fora, esperando sua vota, para morrer nesse abraço...

Durante 8 anos da minha vida eu escrevi para você.
Agora até o fim dessa vida eu vou escrever por você.

De sua eterna senhora Mineiro...
Vanessa Rodrigues.

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