quinta-feira, 30 de junho de 2011

A caneta roça o papel

A caneta roça o papel



A caneta roça o papel
de alvura mui delicada
e goza sua vida eriçada,
bailando em bom cordel.

Depois ela logo emenda
um soneto e um haikai.
Um indriso ademais sai!
Mesmo conto, sem contenda!

Eta baile glamuroso
a trazer meus versos mil!
Muita gente os mesmos viu
e tratou com tom honroso.

Obrigado, Pai celeste
pelo baile da pena sem peste!

É fácil escrever poesias

É fácil escrever poesias





É fácil demais fazer poesia! Demais mesmo! Pode parecer metidez minha ou algo do gênero, mas garanto que não se trata disto, caro leitor. Quem me conhece sabe que eu costumo me aplaudir em meus acertos, mas também ser o meu mais duro crítico quando sinto que falhei em algo. Vislumbro, contudo, cousas mui mais difíceis de se empreender e muitas delas sendo desempenhadas com brilhantismo ímpar. Senão, vejamos...

Em minha humilde opinião, o difícil é chegar à invenção de uma coisinha que capture imagens de um momento, como a câmera fotográfica ou uma filmadora. Difícil deve ter sido a primeira vez em que se construiu algo reto na história humana, fosse mesmo uma régua, ou u’a mesa, o piso, uma casa, um prédio. Até lá deve ter levado tempo o inventor...

Difícil deve ter sido erguer o primeiro prédio (e arranha-céus!). Difícil deve ter sido construir um avião e fazê-lo voar (quanto mais por horas) sem que ele caísse. Aliás, daí vem o nome 14-Bis, de Santos Dumont. Ele caíra treze vezes, com ferimentos variados, antes de conseguir de fato voar. Eta baixinho arretado da moléstia!

Difícil deve ter sido chegar a um chip (armazenar dados – e tantos! - num pedacinho de coisa? Difícil deve ter sido capturar a voz, sons por meio de aparelhos, primeiramente através de fitas magnéticas, depois digitalmente. Quantos passos se deram aqui após a invenção das copiadoras (vulgo xérox)?

O ser humano aprendeu a abrir o corpo de outro sem o matar; aprendeu até mesmo a curá-lo, através inclusive de transplantes. Aprendeu que transfusões de sangue só se podem dar através de existente compatibilidade entre as pessoas (doadores e receptores).

Acredite, fácil demais é escrever. É cousa de dom sim, mas é menos trabalhoso do que o que se enumerou agora. Faz-se mister possuir sensibilidade, sem dúvida alguma, e, em certos casos, musicalidade. Mas não são necessários cálculos complexos, como os d’alguma engenharia ou medicina da vida!

Março de 2010

terça-feira, 28 de junho de 2011

OCÊ VAI CASÁ CUMIGU?

OCÊ VAI CASÁ CUMIGU?

Naquele dia que nos fomo festejá
pra modi comemorá o São joão.
Aquela muié bunita quinem a santa
mi arrastô toda afoita pro meio do arraiá.
Deixei um par de vala lá no chão,
qui não era pra modi plantá semente não,
foi meus dois pé dos sapato que riscaro assim a terra.
Eu, fingia qui num quiria, mas impurrava o corpo im frente,
prela num disistí i mi deixá quinem bobão.
Meu coração estava aos pulo,
mas acho qui era pra modi dá conta da emoção.
Tirava o chapéu da cabeça pra ocupá a minha mão,
mas botava lá dinovo e a otra logo tamem pegava ele,
pra num ficá vazia não.
Quando os meus braço incabuladu si inchero de valentia
e abraçaro todo aquele corpão, num quiria era largá mais não.
Nem ouvia as música acabá,
tava lá garrado quinem erva di passarim.
Por causa dos pulo qui ela dava,
eu pensava qui era seu jeitin di varsá,
mas ela tava mais é saino fora dos meu pisão no seu dedão.
Até qui a moça mostranu pru qui veio, foi logo dano o seu jeito
di mi puxá lá prum canto, pra modi nois acertá uns tratamento.
Foi logo preguntano, já qui eu tava dano trela,
si eu ia mi casá cum ela. Du jeito qui eu tava,
adispois qui intrei na dança, prumeti inté o qui eu sei
a minha mão num arcança.
Mas pelo menos apruveitei toda a gostosura da festança.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Selecionados para o livro para a feira de Guadalajara e jornada cultural da ARTPOP

Selecionados para o livro para a feira de Guadalajara e jornada cultural da ARTPOP

O Livro para a feira de Guadalajara, irá chamar-se "Brasil, mais que um país, uma inspiração ! II
O livro será levado por Agnes Castro a Feira de Guadalajara, e aui no Brasil, será lançado na jornada cultural da ARTPOP no dia 11/ 11/ 11. Que esta data traga sorte a todos os participantes para que o sucesso esteja cada vez mais próximo de todos nós.Ainda receberemos textos até o dia 30 , conforme foi anunciado no primeiro edital para a obra.

* Os autores que estão em vermelho estarão também no livro "Cordéis encantados, contos incríveis e poesias inesquecíveis" que será lançado no dia 10 de setembro na Bienal do Rio de Janeiro, e os autores que estão em azul, estão participando do livro "Papo Cabeça" que será lançado na mesma data.

Ana Nazaro


André Alves


André Medeiros


Antônio Calazans


Auguto Biffi


Anabel Sampaio


Aquila Nogueira


Alex Feitosa


Brenno Dias


Cristina da Paz


Carlos Trigueiro


Claudia Schiavone


Dhiogo José


Danilo Silva


Deise Formentim


Douglas Cristiano


Erika Ferraz


Edilson Nascimento Leão


Elaine Campel


De Luna Freire


Doty Barcellos


Eritânia Brunoro


Edson Marques


Ediloy Ferraro


Floreny Avila


Flavio Maciel


Fernando Mendes


Francisco Ferreira


Franco Mano


Francisco Miranda


Heitor Herculano


Isabel Vargas


Ironi Lírio


Josane Peer


Jô Mendonça Alcoforado


Jayme de Oliveira Filho


Lourival Silva


Lorena de Macedo


Luziane Farias


Ligia Aguiar


Marcia Barroca


Mario Rezende


Mercimeiry Lucia Grilo


Merari Tavares


Ney Pompeu


Nívea Sabino


Paulo César ( Portugal)


Pinheiro Neto


Pedro de Freitas


Ricardo Stel


Ronaldo Santos


J.B.Romani


Renata Reis


Therê Valio


Vanyr Carla


Wagner Marim


Zezé Barcelos



Betty Silberstein

Lenir Moura

Zezé Barcelos

Arlete Trentini

Vicência Jaguaribe

Maria Alice Lima 

Leomária Mendes Sobrinho

Roosevelt Leite

Marcia Portella

Maria Helena Castro

Lúcia Celeste Barbetta

Geraldo Portal Veiga

Ceiça Esch

Julio César Bridon

Alex de Felix


Janice França

Profª Vera Valle



Odyla Paiva
Neri França Bocchesi

Osvaldo Junior Juno

Minha amiga e confrade Dynadreia Portugal, em dose dupla na Caras desta semana

Dyandreia Portugal , duas vezes na Caras desta semana.

A Artista Plástica e Escritora Dyandreia Portugal, é citada duas vezes na Revista Caras desta semana.


CARAS - Edição 920 - Ano 18



"A Artista Plástica Rizu e a curadora Diva Pavesi festejam mostra
com os artistas brasileiros Aulio Saião Romita e Dyandreia Portugal "

"A artista e escritora Dyandreia Portugal na França"




VEJA MAIS DESTES MOMENTOS EM:

 Dyandreia em Paris:
Vernissage:


DIVULGOU:

ASSESSORIA DE MARKETING E IMPRENSA

São Paulo:
MARIA EMILIA GENOVESI

Rio de Janeiro:
MARA LOPES

domingo, 19 de junho de 2011

Sonho X Realidade

Google Images


Em sonho te encontro.
Em realidade te recordo.
Em sonho te abraço.
Em realidade te espero.
Em sonho és meu.
Em realidade és sonho.

Josselene Marques

Sol e Lua

Google Images




Uma estrela e um satélite, na imensidão do universo,
Encontraram-se e, à primeira vista, apaixonaram-se:
A Lua, quando viu o Sol, perdeu a atmosfera.
O Sol desmaiou de emoção,
Mas antes, num gesto nobre,
Concedeu a ela, por algumas horas,
O seu brilho e o seu lugar.
Maravilhada, a Lua encheu-se de esplendor.
Desde então, ele fez-se provedor vitalício da luz,
Ela a sua refletora
E, em parceria, iluminam o mundo.
Ele ao raiar o dia, ela ao cair a noite.
De personalidades distintas, completam-se
E convivem pacificamente.
O Astro do dia distribui radiação constante,
O Astro da noite, luz variante.
O Sol revela apenas um rosto
A Lua é temperamental:
Sua face se altera com as fases.
Enamorados, rapidamente, criaram laços
- Apesar da distância que os separa.
Assim, vive este belo casal: Sol e Lua
Seguem, pelo espaço, nos encantando
Com a sua singular história de amor.

Josselene Marques

quinta-feira, 16 de junho de 2011

AS TRÊS PEPITAS

AS TRÊS PEPITAS

Anselmo já estava quase desanimando depois de mais um dia sem proveito. O sol começava a descer atrás das árvores que circundavam a clareira da área do garimpo, mas ainda fez brilhar duas estrelas no cascalho do fundo da bateia.
O seu coração acelerou e ele afundou a bateia novamente, tinha a impressão que eram das grandes. Ficou agitando devagar até que os outros começassem a deixar o garimpo para vender o produto do dia - aqueles que tiveram sorte - e espantar o cansaço com conversa fiada nas biroscas.
Ele também não podia ficar muito tempo ali para não motivar suspeitas e, certo de que a sorte tinha chegado naquela hora, enfiou rapidamente dois punhados do conteúdo da bateia nos bolsos, tomando a precaução de não guardar na boroca para não chamar a atenção. Certificando-se de que o resto no fundo da peça era somente pedrinhas de rocha, limpou a bateia, deixou a grupiara e foi direto para o seu quarto, ansioso para conhecer o seu achado.
Esvaziou os bolsos jogando tudo sobre a mesa.  Lá estavam elas, duas bem grandes, refletindo a luz mortiça do candeeiro, do tamanho dos olhos da Marina.
Ele sabia que a primeira regra do garimpo era jamais dizer a verdade, mesmo que estivesse cheio de ouro, o seguro morre de velho. A melhor coisa a fazer era dizer que estava na barrela, tomando osso da boca de cachorro. Quantos ele soube que amanheceram mortos depois de se revelarem bamburrados na currutela, gastando dinheiro com bebidas, na jogatina, nas biroscas e nas boates? Alguns até combinavam com donos de bordéis uma avionada de mulher para festejar. Naquele tipo de ambiente, as pessoas tinham que ter muito cuidado com o que se fala e para quem. Precavido morre de velho, por isso não se deve confiar em qualquer um.
Correu a tomar banho e foi para a currutela disposto a encontrar a Marina. Era noite de lua cheia, fazia um calor que deixava a pele melada. A lua amarela, grandona e redonda, lembrava a pedra que tinha no bolso. Estava pensando em pedir a Marina que guardasse junto com os ganhos dela. A outra ele escondeu embaixo do assoalho despregado, sob o pé da cama. Ali ela estava bem segura, ele achava, enquanto se desenrolavam os seus pensamentos a respeito do que fazer com aquele achado repentino.
Torcia para que a Marina não estivesse com ninguém naquela hora, achava que podia confiar nela. Ele a conheceu numa noite em que foi lá no brega para matar a necessidade de mulher. Sabia que precisava quando começava a ficar irritado com qualquer coisa. Homem sem mulher fica até doente, aí precisa se aliviar, gastar a energia. Achava que depois que conheceu a Marina estava tendo necessidade mais vezes. Sentia que era por causa dela também, não era só coisa de homem. Alguma coisa tinha mudado depois da primeira vez que esteve com ela. O rosto bonito e aquele corpo moreno e pequeno, de pele mestiça, cor de chocolate, os olhos na cor da penugem do uirapuru lhe mostraram que na relação homem mulher tem alguma coisa a mais que trepar e gozar. Ele gostava de ficar conversando com ela depois de fazer amor, dizendo bobagens só para alongar o tempo e ter motivo para ficarem juntos um pouquinho mais, olhando a lua pelo vão da janela, por onde entrava sem convite, anunciando a realidade. O som de música que, de vez em quando, era empurrado para outro lado por uma lufada de vento mais forte trazia em seu lugar o trinado dos grilos lá no mato. Ele brincava com os peitinhos dela dizendo que era a mulher mais bonita da currutela e que um dia ainda ia levá-la embora dali. Ela respondia que se ele bamburrasse até que ela iria, porque também gostava um tantinho assim dele. Achava que ele era diferente dos outros, que eram muito brutos e nem sabiam a diferença entre uma mulher e uma cabrita.
Ela confidenciou que carecia de tomar cuidado:
“A dona do brega logo procura se desfazer das meninas que se apaixonam. Diz que a gente perde a cabeça e acaba entregando o corpo de graça, porque só com um xodó é que a gente tem prazer. A gente só goza quando faz com quem se agrada, ela diz. Pra ela, onde há muito homem tem que ter um brega e muita mulher e só dá lucro e ganha dinheiro a garota que gosta de luxar, que tem amor pelo ouro e pela liberdade.”
Anselmo sentia uma pontadinha de ciúmes quando pensava que ela se deitava com outros cabras.
 “Por que uma menina tão bonita foi se meter nessa vida? Também, se ela não tivesse fazendo isso ele não a teria conhecido e não estaria agora sonhando com uma coisa que ele nem sabe se ela iria querer mesmo ou se falava aquilo só pra agradar” – ficava matutando.
Ele pensava que ela podia sentir prazer com outro sujeito, afinal ele não ia lá todos os dias e nem podia.
“Imagine se o pessoal sabe que eu estou apaixonado por uma quenga?!” – Vivia se perguntando.
O fato é que não gostava que ela ficasse lá, satisfazendo outros homens. Ele a queria para si e agora parece que a oportunidade estava chegando. Só pensava em um dia poder deixar aquele lugar e levar a Marina com ele.
Por conta disso, estava resolvido a ir para o coração do garimpo, não dava mais para ficar pagando ao Tião boca de ouro - desnecessário dizer o porquê do apelido – que era dono de parte do garimpo só por que chegou primeiro. O sujeito não metia a mão na bateia, fazia acordo com os outros que trabalham para ele, como era o seu caso.
Anselmo queria alcançar a grota rica, onde estão as maiores e melhores pedras. Tinha que achar uma daquelas bem grandes, cheias de pureza e combinar direitinho com a Marina para irem embora dali, daquele ambiente hostil, tirá-la daquela vida de prostituição, emergir da floresta e desatolar dessa imundície, dessa lama podre que umedece até a alma e lança um cheiro de fezes humanas no ar. Desse ambiente que tira a integridade do homem, cheio de doenças, afundados na lama, morrendo de malária, pneumonia e infecção intestinal. Do imenso buraco em que homens e mulheres procuram a sorte para arrancar o ouro das entranhas da terra. O garimpo é como um caldeirão, onde cozinham lentamente as paixões humanas, num enredo de esperança, cobiça e sexo. Onde os homens vivem como se não fossem humanos, chafurdados na lama.
Durante o dia, os homens vivem arrancando da terra o que vão gastar à noite na currutela, onde jogam, comem, bebem, dançam e namoram as poucas mulheres que por lá se aventuram. As mulheres, por sua vez, são cozinheiras, vendedoras, e à noite prostitutas. No cabaré fazem strip-tease para divertir e excitar os homens. Mas como são poucas geram intrigas e paixões. Elas também se apaixonam e às vezes sentem prazer.
Os bons ventos andavam soprando a sorte para o seu lado. Nos dias que se seguiram ao achado das duas pedras grandes, Anselmo encontrou outras pequenas. No terceiro dia, mais abaixo um pouquinho, outra do mesmo tamanho das primeiras veio na bateia e reluziu ao sol da manhã. Decidiu pedir à Marina para guardar aquela também. Ela tinha aceitado ficar com a outra, entendeu, portanto, como uma aceitação tácita do acordo elaborado durante os carinhos, após fazerem amor.
Chegando ao brega, encontrou o ambiente em rebuliço, uma agitação esquisita. Algumas meninas choravam. Assim mesmo, resolveu perguntar à dona do estabelecimento se a Marina estava ocupada, acrescentando em seguida que esperaria por ela se fosse o caso.
Foi então que ela baixou os olhos para as mãos que se esfregavam mutuamente sobre o colo e lhe disse:
“Moço, eu bem que estava desconfiada que vocês estavam enrabichados e que eu ia ter problemas com a Marina por causa disso. Mas, se fosse o caso de ela ter vontade de deixar a vida, tudo bem, não iria atrapalhar a sua vida. Mas a menina está morta, mataram ela há poucas horas. O desgraçado já está morto na ponta do terçado, estriparam ele, o safado. Ele veio aqui, e eu mandei ela se deitar com ele. Bem que a coitada tentou escapulir dizendo que estava enjoada, que eu podia passar pra outra. Mas eu desconfiada que a causa do enjoo era o homem que está aqui na minha frente, botei olho firme e não teve jeito, ela foi. Estou muito arrependida, o safado matou a pobre infeliz, fugiu com a riqueza dela. Devia estar blefado e devendo até as calças. Quando ele foi embora, eu achei que ela estava demorando a descer, aí mandei uma menina pra chamar por ela. A garota voltou apavorada,  chorando, dizendo que a Marina estava morta. Corremos todos lá pra cima. A coitada estava deitada no chão, o corpo cheio de sangue, atrapalhando a abrir a porta, foi esfaqueada. Acho que ela tentou lutar, mas já devia estar sem forças. Bem que eu aviso a elas pra não deixar as suas economias à mostra. Ele levou tudo o que ela tinha, e deixou a caixinha onde ela guardava jogada na cama. Mas assim que os homens souberam do acontecido, saíram à cata do safado e o resultado ta lá, jogado nem sei onde. Me entregaram o ouro e o dinheirinho dela, vou procurar a família, eu sei de onde ela veio. Vou ver se consigo dar à mãe dela.”
Anselmo recebeu a notícia como um golpe muito grande. Cada palavra da cafetina ia apertando mais o nó na garganta. Uma lágrima muito doída e ardida desceu de cada olho, a mão apertando cada vez mais forte a pedra que trazia no bolso. Perdeu o ânimo, toda a vontade. Era o mesmo que ter morrido junto com ela.
No dia seguinte juntou as suas coisas na boroca, pegou o primeiro ônibus e foi embora.

SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO DO 10º CIRCUITO DE LITERATURA DO CLUBE DOS ESCRITORES DE IPATINGA- MG

FUI CLASSIFICADO EM TERCEIRO LUGAR COM O CONTO AS TRÊS PEPITAS

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"E tudo um dia muda"...

 

 

...
Será que foi mesmo amor?
Ou apenas um sonho bonito
Com a metade da lua fosca?

Já não sei mais de mim...
Nem de você.

Disseram-me que saíste por aí sem relógio, sem casaco...
Só com o coração a pulsar... 

Pulsa tanto, pulsa alto, que ouço daqui!...
Confesso-te que esse barulho todo me agita os instintos, tira-me o sono...

Ecoa com força na alma do meu coração.

Estou vivendo
Estou até feliz...
A vida é uma só
A vida é um triz...

Quem sabe num desses dias frios te encontro numa cafeteria...
 Desejando esquentar seu corpo noutro corpo...

Mas por falta de opção, cai bem um café quente com pão.
- Quem sabe?
A vida é curta,
O mundo gira... E a lua puta, resolve sempre ir a luta...
Colocando seus preferidos personagens na luta de um dia se encontrarem...

Quando num piscar de olhos:
"tudo se agita,
tudo muda de lugar,
tudo parece não ser real".

Imagina, até ontem um caos total.
Hoje, o susto!
Hoje, o silêncio do mundo.
Hoje, somente o barulho absurdo de um coração bruto que bate sem respeito aos que dormem.
Hoje, um suspiro profundo, sincero.
Hoje, a vontade louca de tocar-te só para constatar se o antigo ainda é de carne e osso...
Ou apenas um sonho banal,
Um fantasma querendo tirar-me a calma,
Um idiota pesadelo querendo queimar-me a carne em desespero
Um louco varrido sem sentimentos ousando espancar-me a alma.
Tudo é tudo demais nessas horas.

Meus passos, já dei...
Marquei todas as trilhas.
Meus beijos salivados nos seus, enrosquei.
Meu coração analfabeto, cego, te entreguei.
Agora só depende da lei.


A lei do amor,
Essa lei decide se o erro foi acerto
Ou se o acerto foi um erro.
Nessa confusão não coloco nem as mãos,
Estou deixando o vento guiar-me
Não sei de mais nada e nada me cabe!
O que sinto é apenas saudade...
Mas passa...
Pego meu velho vinil e ouço um bom som...
Saio, danço, escrevo...
E tudo fica "normal".
E tudo é carnaval.
Não é o que de verdade queria
- Mas já entendi há tempos...
Que o que mais se quer é o que menos se tem.

Estou testando meu lado contraditório da vida."Quero e não penso.
Desejo e não lamento
Busco sem falar a direção em voz alta".
Aprendi a guardar as coisas lindas e importantes no meu coração.
Oh, esconderijo bom.
Ninguém desconfia quando abro meu sorriso largo e dou bom dia!
As pessoas são burras! Adoram frases feitas.
Adoram o provável, o já lido, o notável.
Mas sigo estranha com meu jeito sã.
Nessa sociedade de piratas preciso ser uma trambiqueira.
Por vezes vendo peixe podre e guardo o bom para minha mesa.
Farta em sentimentos de valor, eu já sou, só falta-me mesmo, o meu amor!
...

((( Camila Senna )))



sábado, 11 de junho de 2011

MINHA NAMORADA

 
MINHA NAMORADA

Quando te quero ver
simplesmente fecho os olhos
porque moras aqui dentro de mim.
És o meu prazer,
o que me completa,
que instiga minha libido.
Meu motivo e objeto de amor.
És o mais gracioso,
o mais bonito e o melhor presente
que eu poderia ter.
Eu te amo quando penso.
Amo-te quando falo.
Eu te amo quando sonho.
Amo-te enquanto calo.
Eu te amo todas as noites.
Amo-te durante o dia.
Eu te amo quando escrevo.
Amo-te, minha poesia, minha mania,
minha mulher, bem querida namorada.

Mario Rezende

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Buddy - O Cão Amigo




Ah, como era lindo...
Lindo meu cãozinho Buddy...

Ele vivia sorrindo...
Sempre estava à porta da cozinha nos olhando...

Vivia brincando com a Branca e o Simba,
Corriam pelo quintal...

Pulavam, latiam, brincavam...
Tirava também as pulgas da Branca.

Como ele era dócil...
Cão, o melhor amigo do ser humano!

Você pode brigar,
No dia seguinte lá aparece ele sorrindo para você.

Amanheceu sem forças de caminhar...
Pobre Buddy...

Dei água, ofereci-lhe pão,ele  rejeitou
Consegui dar leite e ele bebeu.

Mais tarde, a água já não conseguia mais beber...
Começou a babar e a respirar aos poucos...

Foi respirando...Respirando...
Seus olhinhos já não brilhavam mais...

Aquele lindo sorriso e aquele olhar encantador
Eu já não podia ter mais.

Ah,meu Buddy meu lindo...
Que saudades de você, meu raposinha.

Não teve jeito, sua hora chegou.
Você deu o último suspiro.

Tão jovem... Tão menininho sapeca...
Deixou grande tristeza e um vazio em meu ser.

Eu te amo Buddy.
Por que você me deixou?

Saudades de um cãozinho que me encontrava quando chegava
Ia correndo me receber...

Dava a patinha como cumprimento.
Agora, quem irá me encontrar quando eu em casa chegar?


                                                                  by Merari Tavares