domingo, 29 de maio de 2011

LANÇAMENTO DA PRIMEIRA ANTOLOGIA DA REGIÃO DOS LAGOS - LIVRO ESSÊNCIAS

A SOLENIDADE DE LANÇAMENTO FOI REALIZADO NA CASA CHARITAS - MUSEU JOSÉ DE DOME,  EM CABO FRIO, NO DIA 28/05/2011 E, LOGO APÓS, A RECEPÇÃO ACONTECEU NA CASA ATELIER DE ELIANE GUEDES.











quarta-feira, 25 de maio de 2011

COMO DOIS ANIMAIS

COMO DOIS ANIMAIS

Na execução de seus ofícios, provavelmente tinham como objeto a mesma alma, cada um querendo-a para si. Encontraram-se numa balada, estavam dançando embriagados pelo ritmo quente, inebriante e delirante quando seus corpos se tocaram de leve, mas o suficiente para experimentarem uma sensação estranha, deliciosa. Agora propositalmente se roçavam: uma, duas, tantas e tantas vezes; ela para sentir um calor, leve ardência no ponto em que sua pele era tocada, ao passo que ele sentia como um sopro de brisa ou o contato macio de uma pluma. Então ficaram de vez, dançaram a noite toda embalados por aquela sensação estranha. Os olhos azuis dela, quase transparentes, não conseguiam se desgrudar daqueles olhos negros, poderosos e dominadores.
Eles tinham que descobrir o porquê dessa força estranha que os impelia como se tivessem que se unir, e assim, na madrugada fria, ao hálito da primavera, como duas criaturas livres, se entregaram e se amaram ao relento, como dois animais.
No seu jeito rude ele sentia que ela era uma mulher muito diferente de tantas outras que a ele se entregaram. Ela parecia que flutuava, enquanto seus ouvidos escutavam cânticos, e se deleitava com o calor intenso do contato delicioso... E se deixou levar, em frenesi, naquela viagem rumo ao desconhecido.
Amaram-se até o esgotamento, dormiram abraçados e só acordaram na aurora. Despediram-se, e cada um seguiu o seu rumo, deixando vestígios na relva marcada por acomodar aquele inusitado encontro. Ela recompondo a sua natureza de anjo mensageiro, feliz por ter sentido algo maravilhoso, indefinível, até então desconhecido. Ele, regozijando-se por mais uma presa conquistada, mas sentindo, entretanto, que aquela tinha alguma coisa especial, seguiu arrastando a cauda e escondendo os cornos desvelados. Retornaram cada um ao seu lugar, sem realizar o objetivo que os levou até ali.

Mario Rezende

sábado, 7 de maio de 2011

MÃE


MATER MATIS ET REGINA ET CAPUT
(mãe, rainha e líder)

Pela manhã é sol
e à noite é lua.
Às vezes operária
outras tantas é rainha.
Para os seus se despe de toda a vaidade,
das vestes que lhe impõe a sociedade.
Alicerce emocional na estrutura familiar,
enquanto mãe é manancial para o sustento,
uma fêmea como qualquer outro animal.
Realiza-se no prazer de conceber que o homem não tem,
no seu colo aconchegante choram a dor e o sofrimento.
Tem que ser mãe, esposa e profissional a cada momento,
mas o beijo carinhoso dos seus é bônus reconfortante.
Apesar das resistências construiu sua identidade
e tem hoje novos anseios e desejos,
tentando buscar o seu espaço
de reconhecimento e de afeto,
de descoberta e de criação,
de respeito e acolhimento,
para atingir a plenitude.
Mario Rezende

Devagarinho...



 
 
Devagarinho, caminho por cada rua que vivi com você...
Meu cheiro misturado com o seu,
Está em cada esquina,
Em cada banco de praça,
Em cada calçada adornada...
Adornada de lembranças, que são, para mim, valiosa herança.

Devagarinho, ouço aquela música tomando uma taça de vinho.
Sinto meu corpo queimar, quimera, pois não passa de primavera...
O verão que marcou aquela música, aquele vinho, já era...
Era que marcou o romance mais ávido, do sol mais dourado e do amor mais sagrado!

Devagarinho, abro as portas do passado,
Passado ainda presente, que a dor veemente insiste em ficar.
Você foi como uma linda e longa viagem de trem...
Chegou, lindamente ficou e tristemente partiu...

Será que ainda é vivo nesse mundo?
Será que casou-se e teve filhos?
Ora, foi mesmo uma viagem...
Daquelas que os personagens não morrem...
E nunca deixam de existir.

((( Camila Senna )))

sexta-feira, 6 de maio de 2011

TOUCH ME


TOUCH ME
A minha direita o KFC, "frango gostoso de verdade",
um pouquinho mais nesse sentido,
estava cheio o Mac Donalds,
depois o Oriental.
À esquerda eu nem sei,
porque meu olhar estacionou a minha frente
quando eu te percebi.
Não pude sustentar o teu
que com fome me comeu.
Um arrepio me percorreu e
disfarcei ,vencido, e desviei de ti os olhos
onde, mesmo assim, queriam ficar.
Quando decidido voltei,
já não te encontrei,
tinha desaparecido.
TOUCH ME dizia a camiseta
Da gordinha que ficou em seu lugar.

Mario Rezende